• plantinha marciana

    From Renato Zambon@1:2320/100 to All on Thu Mar 23 20:44:38 2006
    da s‚rie: ser  que a Hidra ainda vai estar no ar quando come‡ar a
    terraforma‡ao de Marte? :-)


    31/10/2005 - 09h12
    Bi¢logos buscam transgˆnico "marciano"
    SALVADOR NOGUEIRA da Folha de S.Paulo

    Financiado pela Nasa, um grupo de bi¢logos est  produzindo plantas
    transgˆnicas super-resistentes, num esfor‡o para desenvolver formas de
    vida capazes de subsistir em Marte. Ser  bom tˆ-las … mÆo no futuro,
    caso a humanidade decida tentar dar ao planeta vermelho, hoje um vasto
    deserto  rido, uma pitada de verde.

    O trabalho acaba de ser premiado com uma segunda rodada de financiamento
    --no valor de US$ 400 mil--, como parte de um programa de
    desenvolvimento de conceitos avan‡ados para explora‡Æo espacial bancado
    pela agˆncia espacial americana. O grupo liderado por Wendy Boss, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, j  tem
    at‚ suas mudinhas de plantas geneticamente modificadas --mas ainda est  distante de saber se conseguiu os efeitos desejados.

    A id‚ia foi basicamente tentar transferir alguns truques usados por
    criaturas unicelulares do tipo "pau para toda obra" para as plantas. Os micr¢bios em questÆo sÆo os chamados extrem¢filos, que vivem na Terra em ambientes tÆo improv veis para a vida quanto uma po‡a de  cido sulf£rico
    ou fossas profundas no oceano. E a receptora das "qualidades" eleita
    pelos cientistas foi a famosa Arabidopsis thaliana, a planta "rato de laborat¢rio" favorita dos botƒnicos. O novo gene veio de uma criatura
    chamada Pyrococcus furiosus, um nome digno de um ser que vive mais feliz
    quando num ambiente com temperatura ao redor de 100C.

    Os cientistas extra¡ram um gene respons vel pela capacidade desse
    extrem¢filo de eliminar com mais eficiˆncia os famigerados radicais
    livres (formas de oxigˆnio hiper-reativas que adoram destruir tudo
    quanto ‚ mol‚cula orgƒnica £til). Esses radicais sÆo naturalmente
    produzidos pelo organismo quando suas c‚lulas estÆo sob algum tipo de
    estresse --como a temperatura alta.

    Mais eficiente

    "Embora as plantas tenham enzimas que impedem a a‡Æo dessas substƒncias,
    a enzima da P. furiosus faz isso com mais eficiˆncia, sem produzir uma
    mol‚cula adicional de oxigˆnio, e dessa maneira reduz o risco de
    produ‡Æo de outros compostos contendo mais oxigˆnio t¢xico", diz Boss.

    Na primeira fase do experimento, j  conclu¡da, os cientistas
    introduziram o gene do extrem¢filo em c‚lulas da planta e observaram que
    essas c‚lulas de fato produzem a enzima capaz de controlar os radicais
    livres. Para a segunda fase, os cientistas inclu¡ram uma bateria de
    novos genes de extrem¢filos: mais dois da P. furiosus e outros da
    criatura Colwellia psychrerythraea, que, ao contr rio de sua outra
    colega extrem¢fila, curte mesmo um frio de rachar (mais a cara de
    Marte).

    Al‚m disso, agora os pesquisadores nÆo vÆo se limitar a testes com
    cultura de c‚lulas. VÆo tamb‚m cultivar a plantinha em laborat¢rio e ver
    se os efeitos celulares observados se traduzem em maior resistˆncia para
    o organismo como um todo. "Ainda levar  um a dois anos at‚ que possamos investigar as plantas e caracterizar seu fen¢tipo ["resultado final" da
    planta, produto dos genes e da influˆncia do ambiente]", diz Boss.

    Para os vigilantes cr¡ticos da tecnociˆncia, a pesquisadora envia uma
    mensagem de pacifica‡Æo. "Caso seus leitores fiquem preocupados com a
    chegada das plantas transgˆnicas ao mercado, a resposta ‚ nÆo", diz. " pesquisa bem fundamental mesmo."

    Claro, ela nÆo descarta a possibilidade de que a agricultura terr quea
    possa, no futuro, vir a se beneficiar de sua pesquisa. "Se n¢s acabarmos encontrando um efeito ben‚fico desse e de outros genes de extrem¢filos,
    entÆo poderemos trabalhar com as pessoas que desenvolvem sementes para
    criar plantas seguras e ambientalmente razo veis."

    Para a agricultura marciana, entÆo, as perspectivas sÆo para um futuro
    ainda mais distante. "Neste ponto, microrganismos extrem¢filos
    encontrados na Terra provavelmente poderiam sobreviver em Marte, mas
    plantas, como as conhecemos, nÆo", diz. "A Nasa nos pediu que
    sonh ssemos 40 anos no futuro e meu palpite ‚ que se passarÆo 20 a 40
    anos antes que possamos ter algo como plantas que proliferariam em
    ambientes extremos como os de futuras estufas marcianas."

    As principais "planta‡äes" marcianas seriam contidas em estufas, onde o ambiente poderia ser mais benigno para elas e onde a "contamina‡Æo" do
    planeta poderia ser evitada. Elas serviriam tamb‚m como fonte de
    oxigˆnio, absorvendo o g s carb“nico exalado por astronautas,
    completando um sistema de suporte de vida ecologicamente controlado.

    E quanto …s possibilidades de uma futura "terraforma‡Æo" de Marte, com planta‡äes a c‚u aberto mirando o objetivo de tornar o planeta vermelho
    mais parecido com a Terra? "Eu pessoalmente gostaria que tent ssemos
    algo assim", diz Boss, "mas s¢ depois que os cientistas tenham
    catalogado as poss¡veis formas de vida existentes em Marte, feito
    modelos preditivos e detectado as poss¡veis conseqˆncias. Nada que seja
    para o futuro pr¢ximo."

    []s
    -!-
    þ QMPro 1.51 þ De um cluster para outro: Don't follow me, I'm lost too.

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